quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Funerais não são para gente morta. São para os vivos.

   Aonde eu moro sinto que as pessoas estão tão preocupadas em adiquirir/ possuir/ mostrar, que certos valores vem se perdendo com o tempo. Nã há mais aquele respeito nos velórios, o último que fui foi quase a imagem real da frase da música do Legião Urbana "festa estranha com gente esquisita", era o pedreiro fechando a lápide e os sobrinhos da falecida discutindo formas de depilação, alguns senhores discutindo de negócios, as comadres atualizando as fofocas dos "clubes de mães" para as outras... Tudo isso enquanto a filha olhava vidrada para cada tijolo que era colocado no cimento. Tadinha.
   Na hora do cortejo final para levar o caixão até a capela vi mais de duas mulheres analisando a roupa que eu estava usando. (Era preta)
   Embora em velórios em que eu era a familiar mais abalada eu não registrei se as pessoas foram fúteis e desrespeitosas, eu acredito que a gente deve sim manter o silêncio, estar ali de corpo presente e boca fechada, nem é preciso dizer nada as pessoas que estão sofrendo a perda, até por que o que é falado a gente nem grava, mas aquele abraço, aquela presença do lado a gente sente dentro do coração...
  Esteja em um velório por amor, por amizade, esteja com todo o sentimento do seu coração, se nada disso te faz sentido, fique em casa, pois se caso você está ali pensando que o morto não está lhe vendo ou sua atitude não o afeta, lembre-se, na verdade você está ali pelos que estão sofrendo por ele, e eles escutam, registram e ficam ainda mais tristes em sentir a falta de empatia.

*Frase do Título: O ódio que você semeia - Angie Thomas.


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